quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

E a jornada continua...

Já faz um tempo que não venho por aqui, mas foi por um bom motivo. Aliás, por vários bons motivos.

O maior deles foi uma mudança significativa: participei do processo seletivo para professor de classe na Escola Waldorf Micael de Fortaleza, fui convidada para um estágio e fui aprovada! Passei lá um mês, aprendendo um bocado, conhecendo pessoas lindas, me lapidando através das relações. Conheci as crianças que serão minhas alunas e comecei a visualizar a constelação que começará a brilhar em 2015. E passaremos oito anos juntos!!! Sim, uma enorme responsabilidade! Em minhas orações, sempre peço que Micael esteja comigo me fortalecendo nessa tarefa tão nobre.

Ainda aqui em São Vicente, encerrei minha passagem pela Escola Cambará. Quando comecei, também tinha o compromisso de ficar com as crianças por quatro anos (na Escola Cambará os alunos começam a ter professores de matéria a partir do 5o ano), mas por questões pessoais e financeiras fui em busca de uma nova oportunidade. Sim, ficou o pesar de não poder encerrar como eu queria, de não conseguir dar continuidade no trabalho que comecei, mas também ficou a sensação de dever cumprido. E como diz a Gal, a professora que me orientou antes de eu começar com minha primeira turma aqui da Cambará: "a gente sempre acha que poderia ter feito melhor" e essa insatisfação é uma indicação de que a gente fez o melhor que pode e que sabe que ainda assim pode fazer melhor. É como uma faísca que nos leva adiante.

Continuo me nutrindo em várias fontes - mergulhei em alguns títulos de Steiner (Andar, Falar e Pensar, O Amor e seu significado no Mundo, A Prática Pedagógica, Treze Noites Santas - O nascimento do Espírito Sol como Espírito da Terra); no caderno de classe que o professor Batista, da Micael, me emprestou; no livro "O Sentido da Palavra: No princípio era o Verbo", de Alfred Baur, indicado pela professora Anastácia, que será minha tutora na Micael. Além deles, fui assistir à tradicional apresentação da Osesp na praia de Santos, comprei uma kalimba e comecei a me encantar com os sons dela, voltei a brincar com o violão, tenho ouvido boas músicas, li as histórias de Sebastião Salgado e de Simone Miranda Duarte, a primeira mulher a fazer a travessia Rio de Janeiro - Santos de caiaque sozinha e tenho brincado bastante com Marcéu!

Hoje, no primeiro dia de 2015, consegui um respiro para estar aqui e contar resumidamente tudo que se passou nesse tempo em que fiquei ausente. E também para dizer que este ano promete desafios, alegrias, descobertas, choros de emoção e de aflição e muito aprendizado, tudo isso regado a muito Amor e com a certeza de que darei mais alguns passos no caminho de Alma que reencontrei em 2014 e que, como eu já disse por aqui, é um caminho sem volta.

Seja bem-vindo 2015!!!

imagem: Josué Braun



domingo, 21 de setembro de 2014

Exercitando o Desenho na Vida

O curso "Professor de Classe: Exercitando o Desenho", com o Professor Luzius Zaeslin, promovido pelo IDW, chegou ao fim no último fim de semana e deixou um gosto de quero mais. Em nosso último encontro, nos perguntávamos: o que vamos fazer daqui 15 que não estaremos aqui?!? E conversamos sobre meios de nos mantermos em contato, de nos reencontrarmos, de continuarmos exercitando e crescendo juntos.

Eu me emocionei no momento em que o professor chamou meu nome e me entregou o certificado, meu nome ali seguido de "concluiu o curso" me fez sentir a emoção de mais uma conquista, mais uma superação. A guria que não desenhava praticamente desde os 6 anos de idade (segundo minha mãe, sofri um trauma na pré-escola, quando a professora disse que um desenho que tinha feito era horrível. Cheguei em casa chorando e desde então não me lembro do desenho ter feito parte da minha infância e adolescência. Passei 30 anos sem desenhar até me encontrar com a Pedagogia Waldorf!), agora concluía um curso de desenho! Ufa! Nó na garganta, aperto no peito de felicidade!

O curso, além de deixar o gosto de quero mais, trouxe a ousadia de tentar desenhar, o querer desenhar, abriu as porteiras do desenho como um meio de expressão! Sei que ainda tenho muitas limitações, que para mim, como disse a professora Adriana Leibl, em um dos encontros em Mainumby, a arte ainda é muito mais transpiração que inspiração (ela comentou isso quando comparou o que representa o trabalho artístico para um professor de artes e para um professor de classe), mas me sinto plena, liberta de mais uma corrente que me prendia e de certa forma me afastava de ser verdadeiramente Eu. Hoje, posso afirmar, com enorme gratidão,que o desenho faz parte da minha vida!

Meu último trabalho durante o curso foi um desenho com giz de cera inspirado no conto "Os Músicos de Bremen". Amei o processo de criação desse desenho, seus erros e acertos. Ele me trouxe mais intimidade com o giz de cera.




Inspirada pelo desenho de Micael e o dragão, feito pela Yolanda, uma das colegas do curso, tive a coragem de desenhar Micael e o dragão para meus alunos.



Quando eles viram, as reações foram:
  "- Professora, como você fez esse dragão? Ficou irado!"
  "- Ficou lindo, professora"
Além das palavras, o mais bonito foi que eles também quiseram desenhar seus dragões, suas espadas, seu Micael. Benção saber que meu desenho, mesmo com toda sua simplicidade, os faz querer desenhar, os alimenta!

Ao professor Luzius e a todas as pessoas queridas que participaram da jornada do curso comigo, minha gratidão eterna!
 






quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Verso de Micael



São Micael, fortalecei-nos em Coragem e Verdade!
São Micael, ajudai-nos na luta contra o dragão da ignorância!
São Micael, olhai por nós!

Época de Micael, 2014

imagem: http://www.pinterest.com/erinncate/waldorf-~-steiner-michaelmas/

domingo, 17 de agosto de 2014

domingo, 3 de agosto de 2014

Indo além

Neste fim de semana, comecei o curso "Professor de Classe: Exercitando o Desenho", promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Waldorf.
Além de conhecer pessoas super bacanas e inspiradoras, estou vendo o milagre da arte acontecendo através de nossas mãos. Eis o que as minhas deixaram surgir:


Ainda está longe de estar terminado, mas como bem disse o professor Luzius Zaeslin:
    "Com o que vocês realizaram nestes dias, já podem dormir tranquilos"
Eu, além de tranquila, vou dormir feliz da vida por estar conseguindo ir além...

E falando em ir além, me lembrei de um mantra perfeito para este momento:

Gate gate paragate parasamgate bodhi svaha
Foi, foi (Gate Gate), Foi além (Paragate), Foi completamente para a outra margem (Parasamgate), Chegou à iluminação, que maravilha (Boddhi), Que assim seja, que se manifeste (Swaha).

Há várias versões, mas uma das mais bonitas que conheço é a da Deva Premal e do Miten, que você pode ouvir clicando aqui.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Escola de Resiliência

Nesta semana recebi um grande presente: passei três dias acompanhando as aulas do 1o. ano na Escola de Resiliência, uma escola que oferece ensino fundamental (até o 5o. ano) gratuito baseado na Pedagogia Waldorf, localizada no Núcelo Horizonte Azul, da Associação Monte Azul.
Foi uma experiência incrível e extremamente enriquecedora!
Ali, vi crianças brincando soltas, pés ora na terra, ora nos galhos de uma árvore. Mãos brincando de trabalhar com a enxada e com a pá, mãos embalando bonecas feitas a partir de casacos de tricô.
Ali, pude vivenciar o significado da expressão "autoridade amorosa", tão citado por Rudolf Steiner em muitas de suas conferências sobre Educação. A professora Kátia é essa expressão em pessoa!!!
Ali, pude sentir as cores, os aromas e os sabores das refeições preparadas com todo amor do mundo pela professora Gabriela, que além de ter um coração enorme e fazer comidas deliciosas, também tem uma voz de fada. Eu ficava encantada ao ouvi-la cantar os ritmos de cada dia!
Ali, ganhei muitos abraços, olhares, sorrisos e ouvi conversas cheias de sabedoria que aconteciam durante as brincadeiras, como esta que aconteceu entre 3 meninos:
 - Vamos brincar?
 - Vamos, eu sou o chefe!
 - Não, na nossa brincadeira não tem chefe, só tem líder. Eu vou ser o líder, mas não vou mandar, só vou chamar. E depois eu deixo você ser o líder também, mas não pode mandar.
E os três saíram brincando, cheios da sabedoria, que nós, adultos, ainda estamos buscando.

E não bastasse toda essa nutrição, a cereja do bolo veio no último dia de aula e me foi dada pela Thainara, que após a aula de desenho livre, me entregou esse desenho dizendo:
 - Essa é você, esse é seu filho e esse é seu marido lhe entregando um buquê.


Meu filho me acompanhou nessa jornada. Enquanto eu estava vivendo o 1o. ano, ele ficou na casinha do Jardim, com a professora Marisa. Essa casinha ficava ao lado da casa do 1o. ano e nos momentos de brincadeira livre, pude observar meu filho ali, fazendo novos amigos e brincando feliz da vida com a enxada e com os toquinhos de madeira que encontrava. E ele também ganhou dos novos amigos uma recordação: no último dia de aula, cada um fez um desenho para ele. A professora Marisa uniu todos os desenhos com laços de um fio verde e nos entregou na hora de ir embora. Delicadeza, carinho e amor materializados em nossas mãos!

Em todos os sentidos, a Escola de Resiliência é uma meta a alcançar!

Gratidão ao Professor Mário Zoriki, que me abriu as portas para essa vivência, às professoras Kátia e Gabriela, por terem me recebido tão calorosamente, e à professora Marisa, por ter oferecido um cuidado cheio da Vida ao Marcéu.

E gratidão também ao casal de amigos Carlos e Emy e aos seus filhos Gabriel e Milena, por terem nos recebido em sua casa durante esses três dias, com amor, carinho, cama quentinha, boa comida e excelentes conversas para aquecer a Alma!